sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

"Não temos plano B, C ou Z. Apostamos nosso futuro nesse acordo com a Microsoft"

Para Niklas Savander, o Meego "não nos permitiria ter um portifólio de produtos amplo o suficiente em um espaço curto de tempo".

"Não temos plano B, C ou Z. Apostamos nosso futuro nesse acordo com a Microsoft". Foi assim que o VP de operações Niklas Savander definiu o quão importante é o negócio fechado entre a fabricante finlandesa e a companhia de Redmond.

Em encontro com jornalistas em São Paulo nesta quinta (24), Savander também disse que a empresa continuará investindo forte no Symbian ("ele será revitalizado"), e que a questão da plataforma não é relevante para a imensa maioria dos consumidores. "Apenas 0,75% dos clientes questionam o sistema operacional do aparelho na hora da compra", afirma. “Para o consumidor, a questao do custo/benefício,confiança na marca e aplicativos na linguagem local são fatores cruciais, e não foram afetados pelo acordo”, argumenta Savander.

Dentro da plataforma Symbian, por exemplo, serão lançados três celulares com suporte a dois chips (SIM card), uma febre no mercado de modelos mais simples.

E o Meego, até então a grande cartada? Segundo Savander, o sistema operacional desenvolvido em parceria com a Intel não foi completamente abandonado. "Lançaremos um produto com o Meego no futuro (não se sabe quando) e aí veremos o que fazer depois", afirma. Para ele, o Meego "não nos permitiria ter um portifólio de produtos amplo o suficiente em um espaço curto de tempo".

WP7 by Nokia
De acordo com o executivo, o trunfo dos futuros Nokias Windows Phones será a personalização do software, com a inserção de serviços como a loja de aplicativos Ovi e o elogiado Ovi Maps. "Temos um vasto leque de coisas que podemos fazer no WP7. O acordo nos permitirá fazer algo diferente", disse.

Essa possibilidade, aliás, foi apontada por Savander como um dos motivos para a escolha do WP7 em vez do Android. "O ecossistema do Android roda nos termos do Google. se fôssemos para ele, abriríamos mão de adicionar valor. E isso o acordo com a Microsoft nos permite", disse.

No entanto, o futuro de serviços como o Messaging (a plataforma de e-mails) e o Ovi Music está na berlinda. "Teremos de negociar com a Microsoft", reconheceu.

O acordo permite que a Nokia trabalhe com a MS para sugerir versões do WP7 com hardwares diferentes do padrão Snapdragon 1 GHz/tela de 4 polegadas/3 botões imposto atualmente. "Para massificar a plataforma, é preciso que sejam criados modelos mais baratos", disse Almir Narcizo, presidente da empresa no Brasil, também presente à coletiva.

Sobre as críticas ao acordo, Savander foi incisivo. "O tempo irá provar o quanto ele foi bom para a Nokia. A Microsoft agora depende de nós em relação aos serviços de localização, que serão essenciais no futuro", afirma.

Brasil prestigiado
Apesar do bombardeio de perguntas sobre o acordo, o motivo principal do encontro com a imprensa foram mudanças na estrutura da organização. A empresa decidiu centralizar o comando dos negócios para América Latina em São Paulo. A sede anterior, em Miami, ficou com os negócios da Venezuela, Caribe e América Central.

"Queremos estar mais próximos dos consumidores, por isso faz sentido vir para o maior mercado da região", disse o presidente da Nokia para a AL, Olivier Puech, que também está se mudando para o país".

"O Brasil é um benchmarking de tudo o que fazemos na America Latina e usamos os exemplos daqui para toda a região", afirmou. "Queremos nos tornar mais relevantes aqui nos aproximando de desenvolvedores locais".

Segundo Narcizo, a promoção do Brasil à sede da empresa na América Latina também irá abrir vagas, mas ele não precisou quantas.

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