quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Aspirina reduz mortes por câncer, diz estudo

SÃO PAULO - Uma pequena dose diária de aspirina, apenas 75 miligramas, reduziria em 20% o número de mortes por câncer, dizem pesquisadores.

Em um dos mais abrangentes estudos já realizados sobre o assunto, pesquisadores da Universidade de Oxford reascendem o debate sobre o consumo do medicamento por pessoas saudáveis entre 40 e 60 anos.

Segundo os pesquisadores, o novo estudo pode fazer a balança pender para o lado do consumo da aspirina. Apesar disso, os resultados obtidos não significam que todos os adultos deveriam tomar doses diárias do medicamento. Segundo o Professor Peter Rothwell, que liderou a pesquisa, o estudo apenas demonstrou que existem outros grandes benefícios que não eram levados em conta na hora de recomendar ou não as pílulas.

Em comunicado, Rothwell afirma que não seria correto que a pessoa que liderou o estudo (no caso, ele) se propusesse a estabelecer essas novas recomendações básicas de saúde. Além disso, o professor afirma que ainda é cedo para dizer com certeza absoluta que não haverá algum risco ainda desconhecido em se tomar aspirinas durante 30 anos; por enquanto, tudo indica que existem grandes benefícios em reduzir as mortes por câncer.

Combinando números

O grupo de cientistas utilizou dados de mais de 670 mortes em um arquivo com mais de 25 mil pacientes; os dados compilados incluíam o uso, ou não, de aspirina diariamente. O objetivo era procurar efeitos do medicamento em doenças cardíacas.

Porém, ao cruzar dados, o que os pesquisadores encontraram foi uma estatística bastante curiosa. Uma dose baixa de aspirina (75 mg por dia), tomada por mais de 5 anos, reduz em 20% a chance de morte em qualquer tipo de câncer. Isso sugere que a aspirina funciona reduzindo ou prevenindo os estágios iniciais da doença, de forma que o efeito da mesma só é visto muito depois.

Em alguns casos, a redução de mortes foi ainda maior: os dados de pacientes mostraram que houve 54% menos mortes por casos de câncer gastrointestinal, como esôfago, estômago, pâncreas, intestino e fígado entre aqueles que consumiam pílulas diariamente.

Em um período de 20 anos, os números também permaneceram 20% menores para todos os casos, em geral, sendo a redução nos casoso de morte por câncer gastrointestinal de 35% entre quem tomou aspirina.

O tempo em que os efeitos do medicamento puderam ser percebidos também variava conforme cada tipo de câncer. Levou cerca de 5 anos para ver os benefícios em tomar aspirina para casos de câncer de esôfago, pâncreas, cérebro e pulmão; 10 anos para estomago e intestino, e 15 anos para próstata.

As evidências apontam, portanto, para um efeito retardado a longo prazo para o consumo de aspirina. As conclusões são as de que aqueles que começaram a tomar aspirina no final dos 40 ou 50 anos (antes dos riscos de câncer começarem a aumentar) e então continuaram por 20 ou 30 anos, devem notar mais benefícios.

O professor Rothwell afirmou que tomar aspirinas pode ser uma medida mais eficaz, com melhor custo-benefício, na prevenção do câncer. O entanto, ele é cauteloso e reforça: é necessário realizar mais pesquisas antes de adotar qualquer medida.

Fonte:http://info.abril.com.br/noticias/ciencia/aspirina-reduz-mortes-por-cancer-diz-estudo-07122010-17.shl?2

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